Luiza da Iola : o nome que resignifica a luta.
Interiorana, vinda do berço dos sem nome, sem posse, sem terra e sem pai. Filha de duas mães; uma que gera, a outra que cria. A primeira, mãe solteira, dá a vida, dá o nome, o axé “ guerreira gloriosa”. A segunda ,mãe viúva ,dá a identidade e inspira o sobrenome o “alvorecer “.
A filha criada; em berço matriarcal, ao lado de verdadeiras Yás, catalisa na força de duas mulheres o poder de gerar, criar, persistir , resistir e existir em solo patriarcal.
Extraiu dos seios maternos, por puro instinto, a seiva que nutre todas as suas descobertas pessoais e artísticas.
Seu corpo – negro – se apropria do ser. Uma mulher negra, em sua plenitude e ancestralidade advindas das memórias, da infância construída ao som de atabaques, alfaias e tamborins. É o universo da mãe viúva, advém suas influências afro sonoras.
Tradições, estilos e influências da música afro se conectam ao pop que, somados aos cantos sacros, se transmutam no entrelace da oralidade, da música, do canto ancestral e dos discursos ácidos acerca do ser negro. Assim, forja fase na adulta, uma armadura feita do resgate de sua memória individual e coletiva.
E dessa fusão Afropop, a cantora busca conduzir o seu público a um espaço afetivo; não somente físico ou emocional, mas que aja no sentido social, e que atue por meio dos sentidos, nas experiências que constituem a vida cotidiana.
A voz, cantada e falada é um canal onipresente que se deságua em notas agridoces nos palcos e para além deles.