Luiza da Iola

Corpa-encruzilhada no mundo sou eu, sobrevivente na Terra das Palmeiras, originária do País dos Cataguás, nascida e criada em Tupanuara. Tal qual árvore gemelada, no entroncamento com a força geradora de Lúcia Maria de Oliveira, sou Luiza a "Guerreira", filha da coragem. Na encruza com a força criadora de Elvira de Oliveira, sou da Iola o ”Alvorecer Violeta”, filha da generosidade. Na Picada de Goiás sou a semente germinada de Rei Ambrósio, a remanescência do Quilombo Campo Grande e o fruto de Ventura Mina. Rainha Perpétua de Nossa Senhora do Rosário nessas minas Bantu- kongo, sou a guardiã dos sonhos das minhas avós, bisavós, tataravós e de todas as mulheres que vieram antes de mim.  Feito Aya, sou o resultado das bênçãos de tantas pretas velhas que me impuseram as mãos, me coseram os pés, me curaram o aguamento, o quebranto, o vento virado e a espinhela caída. Sou esse ponto de encontro, desencontro e reencontro. Sou esses questionamentos contínuos sobre quem realmente sou, quem penso ser ou que dei de ser. De onde vim, a que vim e para onde vou. Sou essa versão inacabada, retocada dia a dia na forja do bom caráter, onde firmo o meu fundamento, meu mandamento e meu sacramento. Sou esse espírito de muitas luas hospedado nesse corpo-presente na matéria, dançando com tudo e com todos em volta do Mistério.

 

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